Durante a Revolução Constitucionalista (1932), os outros três irmãos mais velhos se apresentaram para ir para o front e ele teve de ficar em São Paulo. Terminado o movimento revolucionário, ingressou na faculdade no primeiro ano do curso de química, assim que a Universidade de São Paulo foi fundada, e dedicou sua vida a construir um projeto de universidade e foi um dos quatro alunos da primeira turma do curso de química da recém inaugurada USP (1935) e foi também o primeiro doutor em ciências formado pela USP (1942). Foi fundamental para o desenvolvimento da USP, lutando para obter recursos para construir o primeiro laboratório de físico-química do país. Passou dois anos nos Estados Unidos, na Universidade de Wisconsin, onde fundamentou sua idéia de como ensinar físico-química. Ao voltar, propôs a construção do laboratório da USP, inicialmente criando uma pequena oficina mecânica e treinando um técnico vidreiro. Ele mesmo construiu os aparelhos e as células dielétricas e assim começou o ensino de físico-química em São Paulo. Como chefe do Departamento de Química (1960), organizou a centralização de todos os departamentos de química existentes na USP num único grande instituto. Fundou a Sociedade Brasileira de História da Ciência, publicou o livro Cem anos de química no Brasil e diversos artigos sobre a história da ciência e alguns de seus personagens. Foi também um dos responsáveis pela participação das ciências humanas na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC. Secretário geral da sociedade, tornou-se presidente de honra ao deixar o cargo. No fim de sua carreira, pôde compartilhar seu interesse com estudantes, pois ao se aposentar compulsoriamente, ele foi convidado (1974) por Eurípedes Simões de Paula, da Faculdade de Filosofia, a integrar a disciplina História da Ciência. Sem deixar sua sala no bloco 4 do Instituto de Química, aceitou o convite, pasando a fazer parte do grupo de história da ciência do Departamento de História da USP. Era um 25 de agosto, em São Paulo, na véspera de seu aniversário de 83 anos, foi encontrado morto em sua cadeira, com um livro aberto sobre o peito. Em homenagem àquele que foi seu idealizador (1977), a Sociedade Brasileira de Química passou a oferecer a Medalha Simão Mathias (1997) que é outorgada anualmente a personalidades de destaque no cenário científico nacional, entregue durante reunião anual da SBQ.
DESTAQUES
17 de jun. de 2012
Grande nome da química no brasil - Simão Mathias
Durante a Revolução Constitucionalista (1932), os outros três irmãos mais velhos se apresentaram para ir para o front e ele teve de ficar em São Paulo. Terminado o movimento revolucionário, ingressou na faculdade no primeiro ano do curso de química, assim que a Universidade de São Paulo foi fundada, e dedicou sua vida a construir um projeto de universidade e foi um dos quatro alunos da primeira turma do curso de química da recém inaugurada USP (1935) e foi também o primeiro doutor em ciências formado pela USP (1942). Foi fundamental para o desenvolvimento da USP, lutando para obter recursos para construir o primeiro laboratório de físico-química do país. Passou dois anos nos Estados Unidos, na Universidade de Wisconsin, onde fundamentou sua idéia de como ensinar físico-química. Ao voltar, propôs a construção do laboratório da USP, inicialmente criando uma pequena oficina mecânica e treinando um técnico vidreiro. Ele mesmo construiu os aparelhos e as células dielétricas e assim começou o ensino de físico-química em São Paulo. Como chefe do Departamento de Química (1960), organizou a centralização de todos os departamentos de química existentes na USP num único grande instituto. Fundou a Sociedade Brasileira de História da Ciência, publicou o livro Cem anos de química no Brasil e diversos artigos sobre a história da ciência e alguns de seus personagens. Foi também um dos responsáveis pela participação das ciências humanas na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, a SBPC. Secretário geral da sociedade, tornou-se presidente de honra ao deixar o cargo. No fim de sua carreira, pôde compartilhar seu interesse com estudantes, pois ao se aposentar compulsoriamente, ele foi convidado (1974) por Eurípedes Simões de Paula, da Faculdade de Filosofia, a integrar a disciplina História da Ciência. Sem deixar sua sala no bloco 4 do Instituto de Química, aceitou o convite, pasando a fazer parte do grupo de história da ciência do Departamento de História da USP. Era um 25 de agosto, em São Paulo, na véspera de seu aniversário de 83 anos, foi encontrado morto em sua cadeira, com um livro aberto sobre o peito. Em homenagem àquele que foi seu idealizador (1977), a Sociedade Brasileira de Química passou a oferecer a Medalha Simão Mathias (1997) que é outorgada anualmente a personalidades de destaque no cenário científico nacional, entregue durante reunião anual da SBQ.